terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Histórico da Copa dos Pinheiros



A Copa dos Pinheiros é um torneio de futebol de mesa organizado pela família PINHEIRO, na Regra Gaúcha. Sua primeira edição ocorreu em 2003, nas dependências do Quadro Social do Grêmio FBPA. Em 2013 ocorreu sua segunda edição, no Ypiranga Futebol Clube, e em 2014, a terceira edição, também no Ypiranguinha.

Os irmãos Eron, Luiz e Paulo iniciaram a jogar botão no final dos anos 60, utilizando como mesa uma antiga escrivaninha, ou mesmo jogando no piso de parquet do apartamento onde moravam, no Jardim Botânico, em Porto Alegre. Enquanto o irmão mais velho, Eron, então com uns 15 anos, jogava os primeiros torneios com os adolescentes da vizinhança, na rua Roque Gonzáles, os irmãos menores, com 7 e 5 anos, ainda aprendiam a jogar com os antigos “panelinhas”, no indefectível “toque-toque”.

No início dos anos 70 já utilizavam botões “puxadores”, de acrílico (eventualmente algum de galalite), no mais das vezes comprados na loja Capeta, na Azenha. Restringiam-se aos jogos em casa, com os vizinhos do prédio (os irmãos Zé Henrique e Alexandre Fonseca), em um pequeno “campo”, equivalente a ¼ de uma tábua de compensado, com alambrados sarrafos de madeira para evitar que os botões caíssem no chão, e que diminuíam ainda mais a superfície de jogo. As regras eram criadas pelo grupo, a partir da Regra Oficial, remotamente conhecida – ou seja, uma Regra de Um Toque “Improvisada”. Os goleiros eram feitos de caixas de fósforo, forradas com papel colorido, com os distintivos dos times. À falta de papel contact, o acabamento era com fita durex, para aumentar a durabilidade do “uniforme”. Da mesma forma, os botões ganhavam “camisetas”, geralmente distintivos e números das edições da revista Placar, colocados nos “atletas”.

A partir de 1972 o trio passou a morar e jogar no apartamento da Bento Gonçalves. Às vezes também participavam dos jogos convidados, amigos ou colegas de aula, progredindo o tamanho do campo para “quase oficial” (metade de uma chapa de compensado, o que já permitia que as linhas laterais e de fundo não ficassem grudadas no alambrado). As bolinhas eram literalmente botões de camisa.

Em 1981 souberam pelo jornal da realização de um Torneio de Futebol de Mesa no IAPI, e resolveram participar. Lá os jogos foram sorteados na hora, entre uns 30 inscritos; quem somasse 5 pontos perdidos era eliminado (na época, vitória eram 2 pontos ganhos e empate valia 1 ponto). Após algumas rodadas, os novatos Pinheiros estavam excluídos, inadaptados ainda às diferenças da bolinha (acharam-na muito “cavadora”) e às táticas e estratégias. A Regra Gaúcha de 1 Toque era semelhante à atual, mas com dimensões menores de campo, goleiras e goleiros, além de diferenças na bolinha e nas cobranças de laterais, de escanteios cedidos e de faltas (não havia o “passe”), dentre outras.

A partir de 1982 os irmãos Pinheiro passaram a jogar regularmente nos altos do Mercado Público, na antiga sede da Federação Riograndense de Futebol de Mesa, presidida pelo Luiz Rolim. Alguns dos botonistas da época eram Rogério Englert, os irmãos Oscar, Marcus e Júnior Crusius, Baltazar, Taborda, Gérson Oliveira, Tubino. Rolim incentivava os botonistas a criarem seus times; ele próprio jogava com os legendários Beatlestones e Woodstock, cujos atletas eram os astros do rock. Assim, Luiz criou o PELEIA, inspirado no verso tradicionalista “não tá morto quem peleia”, Paulo criou o SERPENTÁRIO, inspirado na ave predadora, para enfrentar os “cobras” na mesa de botão, e Eron criou o RUBRONEGRO, pois originalmente costumava jogar com o Flamengo/RJ. 

Em 1983 a sede da FRFM fechou no Mercado Público, e os cerca de 20 botonistas passaram a freqüentar o Grêmio FBPA, inicialmente com as mesas dispostas em um vestiário do Ginásio David Gusmão, e depois em outras dependências do Estádio Olímpico. A convite de Alpheu Barcellos, Rolim seguiu na coordenação até 1987, quando fechou temporariamente o Departamento. Em 1986 os irmãos Pinheiro já haviam progredido na técnica botonística, e conquistado algumas taças, conseguindo geralmente ficar entre os primeiros colocados no Ranking da época. Também auxiliavam Rolim na organização das tabelas de jogos – tudo era feito à mão, visto os computadores e impressoras não estarem popularizados como hoje.

Com o fechamento do departamento, compraram duas daquelas mesas e, anos mais tarde, a partir de 1993, passaram a jogar na sua Locadora de Videogame, a inesquecível LAGO NESS, na Santa Cecília. A gurizada gostou da novidade, e muitos passaram a gostar mais do jogo de botão do que dos games de Megadrive e Super Nes. Alguns daqueles outrora adolescentes que lá aprenderam a jogar botão atuam até hoje, como o Josias, o Darci, o Eduardo “Caxias”, o Marcus da Silva e o próprio sobrinho da família, o ANDERSON PINHEIRO.

Entre 1987 e 1990 houve a Unificação da Regra do Passe (que era praticada especialmente no Internacional – Eucaliptos) com a Regra Gaúcha. Os principais locais de jogos eram o Gigantinho e o Bar do Ênio, na José do Patrocínio. Alguns botonistas aderiram à Regra Brasileira ou Baiana, como o Rolim, outros pararam de jogar. Nos anos 90 o Departamento do Grêmio reabriu, sob coordenação do Renato Scherr, e o quarteto dos Pinheiros passou também a lá jogar, com destaque para um Campeonato em 1995, do qual participaram mais ou menos 25 botonistas, sagrando-se Paulo o Campeão, e Luiz o Vice-Campeão. Eron e o novato Anderson obtiveram colocações intermediárias.

Em 1996 a Locadora Lago Ness, então localizada na rua Livramento, fechou; o futebol de mesa tinha lá boa participação, cerca de 30 botonistas jogavam em 6 mesas, tais como Caverna, Clademir, Josias, Luzardo e outros. A família Pinheiro prosseguiu jogando no Grêmio, cujo Departamento passou a ser coordenado pelo Aírton Romancini.

No início dos anos 2000 o Departamento de Futebol de Mesa do Grêmio teve como coordenador o Carlos Foschiera. Botonistas da velha guarda, como Obereci, Marcus e os Pinheiros, além de novos integrantes, como Gérson Azevedo, Macedo e outros, jogavam no Salão sobre o Quadro Social, contando com o apoio do Bazar Mimo nas premiações e na divulgação dos eventos. A pedido de Foschiera, os Pinheiros auxiliavam na organização das tabelas e rodadas das competições, além de contribuir com a redação de algumas matérias no site do Departamento.

Em 17/05/2003 a família Pinheiro organizou, por sugestão de Foschiera e de Macedo, a I COPA DOS PINHEIROS, em um sábado, no Departamento do Grêmio, com 10 mesas, ocorrendo a fase classificatória em grupos, pela manhã, e a fase final, em sistema de Eliminatórias Simples, à tarde. Infelizmente Eron já se encontrava doente, e não pôde participar, somente comparecendo à confraternização de encerramento.

Com o falecimento do irmão mais velho, a família temporariamente deixou de participar dos jogos de botão, retornando à lida paulatinamente. O futebol de mesa prosseguiu nos anos 2000, com destaque para alguns locais, como Bazar Mimo, Washington Luís, Lefume, dentre outros. No final de 2012, no Ypiranguinha, os Pinheiros reencontraram alguns botonistas, como Omilton, Rogério, Obereci, Darci, e conheceram novos, como Adriano, Luiz Scherer, Claudinho, Miro, Lauro, Pujol. 

Em 2013 ocorreu a II Copa dos Pinheiros, no Ypiranguinha, coordenado na época por Ricardo Lasevitch, com 16 botonistas inscritos. A disputa ocorreu em 2 segundas-feiras, em 8 mesas: uma fase classificatória em grupos e uma fase final em jogos de eliminatória simples. Foi campeão o Rogério Englert, seguido de Zé Francisco, Luiz Scherer, Sandro, Adriano e Anderson.

E em 2014 ocorreu a III COPA DOS PINHEIROS, também disputada nas dependências do Ypiranguinha, coordenado por Adriano Pickrodt, tendo igualmente com 16 participantes, em 8 mesas. Dessa feita, a fórmula foi de Eliminatória Mista (Dupla para o 3° lugar e Simples para Campeão e Vice), sendo os jogos disputados no sábado, 1° de novembro, à tarde. Foi campeão Zilmar Pujol, seguido de Adriano, Luiz Scherer e Ricardinho Costa.
Relação de alguns botonistas, contemporâneos da família Pinheiro:
1968/1980 – Apartamentos da Roque Gonzáles, Azenha e Bento Gonçalves: Eron Domingues Pinheiro (Cruzeiro), Luiz Fernando Pinheiro (Ponte Preta), Paulo Roberto Pinheiro (Santos), Alexandre Fonseca (Internacional), José Henrique Fonseca (Cruzeiro de P. Alegre); Ernani (Internacional).
1981/1983 – Mercado Público: Luiz Rolim (Beatlestones), Marcus Crusius (Flamengo), Oscar Crusius (Sport Recife), Baltazar (Cassino), Eduardo Taborda (Holanda), Tubino (Rio Grande), Napoleão, Gérson Oliveira (Scorpions), Rogério Englert (Barcelona), Ciro Pahim;
1983/1987 – Grêmio: Eduardo Orci, Júnior Crusius (Fluminense), Pedrinho Bessil, Alpheu Barcellos (Benfica), Sérgio Barcellos (Farroupilha), Chico, Fábio, Alcides (Palmeiras), Romário (Internacional), e remanescentes do Mercado Público;
1987/1990 – Internacional – Gigantinho: Ênio Seibert (Renner), Hélio Seibert (Santos), Pedde, e remanescentes do Grêmio e do Mercado;
1990/1995 – Grêmio: Renato Scherr (São Paulo), Aírton Romancini, Pirênio Souza, Luzardo;
1993/1996 – Lago Ness: Fabinho, Milton, Guinei, Eduardo Premaor (Parma), Rafael Dias, Rafael Gobatto, Darci Vieira (Internacional), Jefferson Colonetti, Fabrício, Josias, Guto, Eduardo Fernandes (Caxias), Anderson Pinheiro (Internazionale);
2000/2003 – Grêmio – Carlos Foschiera (Grêmio), Marco Macedo, Linconl Faria, Carlos Kuhn (Botafogo), João Riegel, Obereci Carvalho (Riograndense), Omilton Andrade, Gérson Azevedo, Paulo Vianna (Grêmio), Paulo Carvalho (Fluminense), Leandro Brandão, Caverna, Ricardo Bodur, Pirênio Souza;

2012/2014 – Ypiranguinha – Adriano Pickrodt (Flamengo), Zilmar Pujol (Internacional), Sandro Ozório (Madureira), Luiz Scherer (Bayern), Zé Francisco Leon (Botafogo), Lauro Greis (Palmeiras), Rogério Englert (Barcelona), Claudinho Elói (Juventus), Ricardo Bernardes, Obereci Carvalho (Riograndense), Omilton Andrade (Jardim America),  Ricardinho Costa, Lucas Bavaresco (ACBF), Miro Badino (São Paulo), Darci Vieira (Corínthians), Ricardo Lasevitch (Corínthians), Arturo Romero, Cristiano Selbach, Ênio Seibert (Renner), Ricardo Penteado, Rodrigo Bitencourt (Figueirense), André Alfama, Alessandro Silva, Christian Borowski, Roberto Moreira, Renato Scherr (São Paulo), Saul Júnior (Cruzeiro), Felipe Pedroso (Internacional), Marcos da Silva, Carlos Tranqueira Silva (Cruzeiro), Vinícius Bueno, Eduardo Mônica, Clademir Brazeiro, Rodrigo Padre Fraga, Armando, Clóvis Pavão, Jadiel Motta, Rogério Gravataí, Maurício Manga, Egon, Paulo Vianna (Grêmio), Leonardo Cabrito Machado (Chelsea), Vicente Pedroso, André Franco, Valter Azevedo, Leandro Majewski, Vinícius Gravataí, Cassiano Costa, Eduardo Santos, Nilmar Facchin, Tiago Pickrodt, Hugo Viegas, Max, Maurício Pezão Reis, Marcelo, Victor, Raul Marques, Rafael Koelzer, Luiz Pinheiro (Peleia), Paulo Pinheiro (Serpentário), Anderson Pinheiro (Montpellier).